segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A internet não esquece, diz autor britânico

O britânico Andrew Keen faz parte do time que prefere ver os malefícios das redes sociais. Ele acaba de lançar no Brasil seu segundo livro, Vertigem Digital, um manifesto contra a transparência radical, um comportamento cada vez mais estimulado pelas redes sociais. “A informação é o petróleo do século 21. Cada vez que colocamos informações pessoais nas redes sociais, alguém está lucrando com isso. O problema é que nós somos o produto”, afirmou ontem, em palestra no último dia da conferência The Next Web Latin America, em São Paulo. Segundo ele, o narcisismo digital e a incapacidade de se reinventar são duas consequencias do uso descontrolado das redes sociais. Neste último caso, Keen fala que a internet é incapaz de “esquecer” informações, uma característica essencialmente humana. “Qualquer um pode falar uma besteira no Twitter, porque falar besteira é o que qualquer humano faz. Precisamos de iniciativas para fazer a tecnologia ‘esquecer’ algumas coisas. Todo mundo tem o direito de errar e se reinventar. A tecnologia não está nos dando essa oportunidade.” Keen diz que é contra a visão libertária, predominante no Vale do Silício, e acha que o governo deve intervir para proteger a privacidade dos usuários. Ele também aplaude iniciativas que buscam acima de tudo a privacidade do usuário, em contraposição ao modelo de transparência radical de algumas empresas, como o app Highlight, que segue todos os passos do usuários. “Há aplicativos e sites para cobrir todos os aspectos das nossas vidas. Querem saber nossos gostos, nossa localização, o que estamos lendo, ouvindo e assitindo. Tudo agora é social. O Facebook é claramente o principal, mas ele quer ser apenas o sistema operacional desse novo modo de usar a internet. Há vários outros produtos que usam esse marketing do social”, afirma.

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